quarta-feira, 25 de abril de 2007

O 1° de Abril de 64 teve um fim?







É a pergunta que me faço, já que sofremos com as intermináveis mazelas da ditadura em tempos da atualidade, a velha tirania mascarada de políticos conservadores direitistas que deram um golpe no trabalhismo iniciado em 1930 com Vargas, promovendo os benefícios maiores da classe operária conciliando com o capital no objetivo de fortalecer a soberania do estado brasileiro dos parasitas da fortuna nacional, mais que o golpe de 64 perdura ativamente com muito rigor, longe de um desfecho feliz aos brasileiros.

O suicído histórico de Vargas

A pressão udenista a mando o jornalista e membro da UDN Carlos Lacerda em cima da reeleição do estadista Vargas em 51 foi marcada pela intensa propaganda na deposição do presidente, tendo como ponto culmintante o episódio do forjado atentado na rua toneleros, colocando em cheque a permanência do estadista na presidência devido as mudanças que Vargas tentou promover para o fortalecimento do país quanto aos investidores internacionais revigorando o trabalhismo sucateado durante o período Dutra na gestão presidencial, a deposição de Getúlio era dada como certa, até o momento do suicídio heróico do estadista que abalou o povo brasileiro fazendo com que estes manifestassem de norte a sul do país, impedindo a conclusão do ardiloso plano do golpe de estado , adiando o momento de ascenção do poder dos golpistas.

A manifestação pela legalidade de Leonel Brizola

O maquiavélismo da tirania em tomar o poder continuou durante o passar dos anos, a renúncia do presidente da UDN Jânio Quadros serviu de estopim para que os golpistas aplicassem o Parlamentarismo não permitindo a posse do herdeiro do trabalihsmo de Vargas João Goulart, eis que surge em favor a Jango o seu amigo Leonel Brizola lançando na rádio nacional, uma convocação em massa para a criação de um plebiscito contrário ao parlamentarismo para que Jango reavivasse o regime de soberania nacional, adiando por mais uma vez o plano de instaurar o conservadorismo que tanto batalharam pra colocar em prática o retorno ao retrocesso nacional.


O golpe finalmente concluído: as mazelas permanecem

Os obstáculos ao governo Jango são inúmeros, campanhas por todo o território brasileiro em convocação generalizada para deposição do presidente, episódios como a "Marcha da Família por Deus pela Liberdade" promovida no estado de São Paulo pelo governador tirano Adhemar de Barros, mostrou todo o descontetamento do povo paulista pela perda da centralização política e econômica que o estado exercia através da Oligarquia do café antes de 1930, com cartazes assinalados como "32+32=64". As manifestações da velha tirania alastraram-se pelo estado da Guanabára com Lacerda como governador, como resposta ao comício do 13 de março, com o manifesto de que as emendas da reforma de base sairiam na base da marra por parte do presidente Jango e sua equipe de governo, e em Minas Gerais com Magalhães Pinto sendo esse o estado de onde as primeiras tropas com o comando do general Olímpio Mourão Filho, deixassem a cidade de Juíz de Fora com destino a Capital Federal depondo Jango em 31 de março, e no dia 1° de Abril instaurando novamente a república velha. Golpe esse que ao longo das duas décadas seguintes, promoveu o terror generalizado aos antagônicos do regime autoritário e deterioração das bases que Getúlio nos legou ao longo da era vargas, que supostamente teve o seu desfecho reconhecido em 1985 com as eleições indiretas que elegeu Tancredo Neves, o que nada mais foi que a transição de poderes entregados aos civís burguêses, permitindo que muitos membros da tirania que atuavam com ardor no regime militar, permanecessem ao controle do poder público levando consigo as suas intermináveis malfeitorias com os que realmente necessitam e sempre necessitaram, retirando do povo os direitos conquistados pela revolução de 30 gerou ao estado nação, colocando em ascenção figuras mascaradas e sem virtude com seus passados como essas da figura ao lado, o "príncipe dos sociólogos" FHC e o ex operário Lula como manutenção do velho liberalismo tirano, sendo estes dois responsáveis pela nova polarização política PSDB x PT nos relembrando os tempos de ditadura com a antiga ARENA e o MDB. Devido á essas e outras questões do panorama social e político que me fazem matutar todos os dias, será que o 1° de Abril de 64 teve um fim?, abraço a todos, espero que tenham gostado do post de hoje, depois irei postar mais artigos interessantes, até outro dia.

2 comentários:

Unknown disse...

O golpe de 1964 não teve fim. Teve, apenas, começo.

A Ditadura, hoje, está em plena continuidade. Afinal, a Ditadura deixou sementes malditas, árvores frondosas da corrupção, da alienação de gerações, de perdas internacionais do Brasil, da falência da educação pública, dentre outras mazelas, como a brutal dependência brasileira do capital externo, que compromete indelevelmente nossa soberania.

A Ditadura é multifacetada. Já teve a faceta fardada, a faceta monetarista dos planos econômicos, a faceta "yuppie" de Collor, a faceta pseduo-intelectualizada de FHC, e, agora, a faceta pseudo-popular de Lula.

Não houve uma "Ditadura Militar", propriamente.

A bem da verdade, houve e há uma ditadura e ponto final. Uma ditadura que, quando conveniente, serviu-se dos militares, descartando-os assim que o verde-oliva desbotou no imaginário nacional.

Leonel Brizola disse, com muita propriedade, que os Militares apenas "seguraram a vaca, para que outros fizessem a ordenha".

A Ditadura foi e é a ditadura do mercado, a ditadura do lucro desmedido às custas do sangue e do suor do povo trabalhador!

A Ditadura ainda não acabou. Respondendo à pergunta do tópico: O 1o. de Abril de 64 ainda não teve um fim, mas está em nossas mãos o decreto de sua extinção!".

Gustavo Marin disse...

O Golpe de 1º de Abril de 1964 (ou Revolução de 64, quer mentira maior que essa no dia da Mentira?) não foi simplesmente um golpe contra Jango... foi contra o Brasil.

Foi contra o povo brasileiro que esses terroristas de farda atentaram naquele ano e nos 20 praticamente que se seguiram.

Épocas negras, de destruição, de morte, de escuridão, de censura, de concentração de renda, de "milagres" nada milagrosos, de desaparecimentos, de sofrimentos, de exílio, de perseguição, de repressão...

Mas, ao contrário do que esses parasitas dizem, apesar de ser passado, não é algo que devemos deixar pra trás. As famílias dos desaparecidos e todo o povo calado durante tanto tempo têm o DIREITO de saber as verdades e as inverdades sobre o regime, e mais do que isso, tem o direito de ver os DEVERES serem cumpridos. Quais são eles? O mais importante é ver aqueles crápulas de medalhas no peito sentados diante de um Juiz, respondendo pelas atrocidades que fizeram contra o povo brasileiro.

Aliás, como seu texto bem diz, não é passado. Avançamos um pouco politicamente depois da abertura política... mas o golpe continua muito atual, mesmo em tempos de "enchimento" de urnas.

Cazuza no Rock in Rio de 1985 disse que gostou muito quando cantou Pro Dia Nascer Feliz, porque achou que aquela era uma hora de mudança no nosso país. Era uma época de esperança e de mudança para o povo brasileiro. Anos depois, ele cuspiu na mesma bandeira à qual se enrolou naquele Rock in Rio... o Brasil não havia mudado.

Abraço, Mariano.